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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Os "democratas", "perseguidores de portugueses".


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5.e) “G.C.4” ou guerra do compadrio. Refere-se ao despotismo, com o correspondente terror, difundido entre a colónia portuguesa da Argélia, que estava dependente para a sua entrada e saída do país, dos caprichos das informações do sr. Piteira Santos, sempre muito interessado nestas funções de querer mostrar força aos compatriotas, na falta de força política real atrás dele.
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9.….Nestas condições o pessoal de que disponho é o que se debruça muito mais sobre os pequeninos problemas de Argel - ódios e prestigiozitos pessoais - do que sobre assuntos sérios. Mal entro na Junta, é quási certo: o sr. Piteira arenga ou quer arengar contra os portugueses de Argel! Que obsessão!
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13. Isto no material. No representativo, tem o seu quê de cómico ver o sr. Piteira Santos empurrando o sr. Cabeçadas, querendo à força ver se volta a ficar dono do “poder” sobre os pobres compatriotas. Furioso, escumando raiva, saiu-lhe da boca ameaça dizendo que eu me arrependeria (!) de lhe ter tirado esse poder com que criou o terror em Argel, como ditador. Está querendo cumprir a ameaça através de ações de tipo psicológico “uterino” - passe o termo.
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15.c) Substituir, por agora interinamente, neste Comando Operacional, o sr. Piteira Santos, pelo sr. Eng. Manuel Tito de Morais que tratará de ir desempenhando as funções já fixadas para o primeiro.
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15.g) Suspender de funções para averiguações sob acusação de traidor, perseguidor de portugueses, intriguista e indivíduo perigosamente ambicioso, o sr. Piteira Santos a quem fica vedado pisar a sede da Junta como membro, até que o órgão maior da Oposição decida do que deve ser o seu destino. Deve entregar imediatamente, até ao dia 6 do corrente, o que à Junta pertença.
   Extrato da carta dirigida por Humberto Delgado em Agosto de 1964, com a referência Nº P/89, aos membros da Junta Revolucionária Portuguesa, com sede em Argel, enquanto seu Presidente, publicada em “O Bando de Argel” (de Patrícia Mcgowan).
 
 
 

Peniche, 13 de Janeiro de 2020
António Barreto

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