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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Anti Corrupção: Portugal a REPÚBLICA DAS BANANAS

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domingo, 5 de fevereiro de 2017

Os muros de cá

  
 
Maria at the Beach, Biarritz

 
    A ascensão de Donald Trump, à Presidência dos EUA tem suscitado uma histeria nas hostes socialistas locais e europeias caracterizada por críticas exacerbadas chegando a acusá-lo de xenofobia por continuar projetos iniciados por presidentes democratas, que não ousaram criticar. É o caso do famigerado muro na fronteira mexicana, iniciado no mandato de Bill Clinton, e complementado com arame farpado eletrificado, câmaras de vigilância e uma vala hidráulica onde todos os anos morrem cerca de oito mil mexicanos tentando passar a fronteira. Apesar disso e do flagelo do tráfico de droga para os EUA, só a decisão de Trump suscita a indignação dos "humanistas" europeus, em estado de negação relativamente à inesperada derrota dos seus congéneres americanos.
 
   A ideia da construção de muros para conter a imigração maciça de refugiados divide a europa, já conduziu à saída do Reino Unido e ameaça fazer mais baixas no "reino" europeu e, verdade seja dita, tem suscitado oposição substancial das esquerdas e da sociedade civil. Num recente encontro de líderes europeus, o primeiro-ministro luso, segundo consta, talvez para parecer "original" terá feito uma alusão implícita aos "muros" de Trump, o que nem estaria mal não fosse o caso de silenciar os muros imateriais que se vão construindo na europa com a cumplicidade dos governantes nacionais.
 
   Desde logo o maior de todos, o muro da exclusão social, de destruição das economias locais, do fomento das economias paralelas, da progressão da marginalidade, da emigração, da degradação ambiental e da macrocefalia. O muro da produtividade que fecha empresas de menor intensidade de capital e de capital humano menos valioso, atirando "borda fora" os trabalhadores menos qualificados, condenados à indigência. Um processo que se destina a criar reserva de mercado para as empresas mais competitivas dos nossos parceiros europeus com a contrapartida da entrega do controlo interno, gerador de dinheiro e poder, às elites partidárias e seus aliados económicos.
 
   Não menos importante, o muro ambiental, que tem proporcionado aos estados interminável sobrecarga tributária sobre os contribuintes dificultando-lhes o acesso a produtos de primeira necessidade como a água, a luz, o gás, a gasolina, o gasóleo o pão, o leite, a carne e o peixe, etc. Estes muros não parecem incomodar Suas Altezas, que assim vão "enchendo" os sôfregos cofres públicos e passando para as empresas privadas a responsabilidade da respetiva compensação salarial. Um muro que custa ao país cerca de 800 milhões de euros anuais em pescado e nos próximos anos irá impor ao empresariado centenas de milhões de euros em substituição de equipamentos administrativamente considerados obsoletos.
 
   O muro da intolerância relativamente à igreja católica enquanto se propaga a "falsa" retórica da liberdade religiosa fomentando religiões doutrinariamente hostis à milenar cultura cristã ocidental que é a sua substância.
 
   O muro da hostilização encapotada à família tradicional em detrimento das famílias alternativas, prosélitas dos promotores das políticas "progressistas" do aborto e da eutanásia; a célebre "injeção atrás da orelha".
 
   O muro da intolerância política dos que, como o atual Primeiro-Ministro, se  recusam ao dever democrático de prestar contas aos cidadãos em plena casa da democracia com "dichotes" de mau gosto perante deputados contrários legitimamente eleitos. 
 
   O muro da demagogia que candidatos e governantes teimam em erguer com o consentimento ingénuo dos cidadãos,  apesar das sucessivas e inconsequentes perplexidades destes.
 
   O que não faltam por cá são muros de todo o tipo, seja dos governos locais seja da Comissão Europeia, cuja finalidade, afinal, é a de perpetuar o poder das elites que o Sr Costa representa.