Figueira da Foz
Navegabilidade e defesa do rio Mondego
Na primeira metade do século XVII as caravelas de Sesimbra subiam o rio até Montemor-o-Velho. Fenómenos diversos; construção de diques, obstrução do leito do rio e seus afluentes pelos aluviões fluviais e marítimos, foram dificultando a navegação no rio.
A tal ponto que, D. Luís I
“O Popular” - reinou de 11.11.1861 a 19.10.1889 -
em meados do século XIX, desceu o rio desde Montemor até à Foz,
comprovando a sua - ainda - navegabilidade.
Para defesa do estuário e da povoação, segundo o general João Almeida, existiu um castelo medieval próximo da igreja de São Julião, cujas ruínas ainda eram visíveis no século XVII.
Porém, a um tal Nogueira Gonçalves, pareceu que a “boa torre” do abade Pedro, do século XI, se referia a tal castelo também designado por Torre dos Redondos.
Mas não é tudo; diversos achados neolíticos parecem indicar a existência de uma estrutura defensiva ainda anterior sob a forma de um castro.
Sesnando Davides - um moçárabe influente na taifa de Sevilha, crê-se natural de Tentúgal, donde teria sido raptado pelos árabes, que, posteriormente se colocou ao serviço de Fernando I, o Magno, rei de Leão e Castela, e terá sido decisivo na tomada de Coimbra - no século XI tomou o dito castelo, e deu-lhe um perfil defensivo acrescentando-lhe torres.
Como recompensa, Fernando Magno nomeou o culto e bravo Sesnando Governador dum vastíssimo território, desde o Douro às linhas árabes a sul, e desde Viseu à costa atlântica.
Alvo de novas obras e ampliações no século XIII no reinado de Afonso III o Bolonhês - reinou de 1248 a 1279 -, este castelo, e toda a correspondente estrutura defensiva, foi doado em 1411 por D. João I, o Mestre de Aviz – reinou de 1385 a 1433 – a seu filho D. Pedro duque de Coimbra.
Nota:
Ou não percebi bem ou há confusão entre o castelo de São Julião - Foz do Mondego - e a Torre dos Redondos - próximo de Buarcos. Dada a enorme distância entre eles, não pode tratar-se da mesma estrutura. Falta aqui algo mais.
Créditos a : Figueira da Foz - José Pedro de Aboim Borges, e C.M.F.F.
Peniche, 22 de Outubro de 2024
António Barreto
Sem comentários:
Enviar um comentário