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segunda-feira, 11 de junho de 2018

Da Lusitânia a Portugal, Notas II

Da Lusitânia a Portugal
De Diogo Freitas do Amaral
Bertrand Editora
Notas II (sobre a obra)

   Os condes de Guimarães foram os primeiros administradores da Galiza e de Entre-Douro-e-Minho, outorga de Afonso III de Leão em 868. Mais uma vez, se regista a unidade do norte de Portugal com a Galiza, união efetuada pelos suevos, na expansão do seu reino para sul, até ao Tejo.

   Toledo, em 587, foi a capital do reino Visigodo no reinado de Leovigildo. Estes organizavam-se em monarquia eletiva - o rei era eleito ou deposto pelo clero e pela nobreza - e, sendo arianos, perseguiram os católicos até ao terceiro Concílio de Toledo em 589 depois da conversão do rei Ricaredo.

   O feudalismo iniciou-se com o estabelecimento dos colonatos nos últimos dois séculos do ciclo romano e estabeleceu-se devido à fuga das populações para os campos, em virtude da incapacidade de enfrentar a invasão muçulmana, procurando a proteção dos senhores das terras.

   As Revoluções Liberais, francesa em 1789 e Portuguesa em 1820, conduziram ao fim dos privilégios sociais, económicos e fiscais dos donatários do feudalismo.

   A organização cristã da península ibérica em bispados e paróquias deve-se aos visigodos, os quais, no plano jurídico, deixaram também um vasto legado inspirado no Direito Romano, nomeadamente, o “Código de Eurico”, o “Breviário de Alarico” e o “Código Visigótico”.

   A entrada árabe e berbere na península ibérica teve início em 711 na batalha de Guadalete, na sequência do pedido de intervenção ao Califa de Damasco Tariq, de um dos dissidentes do rei visigótico Rodrigo, que traiu o seu exército em plena batalha, juntando-se às forças do inimigo.

   As Astúrias foram o bastião de refúgio dos cristãos, que os muçulmanos não conseguiram tomar.

   Em França, os árabes foram derrotados na batalha de Poitiers em 732.

   Hoje, que o islamismo suscita tão justificados receios nas populações ocidentais, é curioso notar que, segundo o autor, naquela época, o islamismo não descaracterizou a civilização peninsular a qual manteve os idiomas latinos, o direito romano e a prática do cristianismo em estreita ligação com a Santa Sé. No entanto, suprimiram as autonomias municipais instituindo uma teocracia centralizada e subordinada a Alá. Deixaram vasto legado na arquitetura, algum na língua, introduziram a extraordinária numeração árabe substituindo a limitada numeração romana, e na agricultura, as cenouras, a alface, o arroz, a amendoeira, a figueira, a pereira, a macieira, a cerejeira e a oliveira. Na tapeçaria manual, devemos-lhes os belíssimos tapetas de arraiolos.

   O domínio árabe no território português durou 528 anos; 150 anos na região entre os rios Minho e Mondego, 436 anos na região entre o Mondego e Tejo, 517 anos no Alentejo e 528 no Algarve.

 
https://www.mundoportugues.pt/63998/
 
Peniche, 11 de Junho de 2018
António J. R. Barreto 


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