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sábado, 9 de junho de 2018

"Da Lusitânia a Portugal", notas I

     
Da Lusitânia a Portugal 
De Diogo Freitas do Amaral
Bertrand Editora
Notas I (sobre a obra)


   Na introdução, o autor faz referência à obra do professor Orlando Ribeiro, “Portugal, o Mediterrânio e o Atlântico” (1945, Coimbra Editora) que identifica, em Portugal continental, duas zonas distintas, nos planos climáticos, geográficos e demográficos, separadas pelo rio Mondego; a norte, de clima atlântico, elevada densidade demográfica e minifúndio; a sul, de clima mediterrânico, baixa densidade demográfica e latifúndio. Era a “peça” que me faltava para entender o fundamento da “matriz cultural própria” - e afins - referida repetidamente por certas figuras da “zona Atlântica”, defensoras da regionalização.


   Tribos de indo-europeus, primeiro, depois celtas, fenícios e cartagineses,  estabeleceram-se na região entre o Douro e o Tejo, cerca de 300 a.c., constituindo a tribo de “Os Lusitanos”. Bascos, Calaicos, Célticos e Cónios instalaram-se noutras zonas da península, respetivamente: nordeste da Galiza, norte do Douro, Alentejo e Algarve. A ocupação romana iniciada no século II a.c. durou 600 anos tendo sido Augusto, o primeiro imperador, a criar a província da Lusitânia a que se juntou, mais tarde, a “Galécia”. Seguiram-se os Suevos, durante 74 anos; povo de origem germânica, que pela primeira vez designaram por “Portucale” à Lusitânia. Os Visigodos mantiveram-se na região nos 321 anos seguintes. Desde 711, os árabes e berberes, depois, durante 277 anos, os astur-leoneses - que criaram três condados-portucalenses onde hoje é Portugal, com autonomia progressiva a partir do século IX, tendo sido Vímara Peres o primeiro conde-portucalense -, até à independência da Galiza em 1128 e de Leão e Castela em 1143. No período anterior à independência, com eventual exceção da época de ocupação árabe, o território lusitano-portucalense, gozou de autonomia. Para a independência do território, a Igreja Católica, deu forte contributo decorrente do combate às heresias prisciliana e ariana e da disputa entre os bispados de Braga e de Santiago de Compostela. Posto isto, percebe-se a atual afinidade cultural entre galegos e portugueses, patente, ainda hoje, logo aos primeiros contactos. Já os casos do arianismo, priscilianismo - e, mais tarde, da doutrina albigense -, foram, para mim, uma valente surpresa na medida em que, devido à doutrina nazista, pensava eu que o arianismo era uma doutrina diabólica! Enganei-me!, reconhecia Deus, não atribuía origem divina a Jesus Cristo, e, fantástico; defendia a salvação pelo conhecimento - em detrimento de pela fé em Deus -, tendo sido precursora do iluminismo! Quem diria! A Inquisição foi criada pela Igreja Católica para acabar com estas dissidências, o que veio a acontecer pela violência das cruzadas na Europa especialmente no sul de França, a partir dos Pirenéus, envolvendo ainda a zona de Aragão, hoje Catalunha. São Tiago Maior, um dos Apóstolos, que veio a falecer, mártir, em 44 d.c. em Santiago de Compostela, introduziu o cristianismo na Península Ibérica. Suevos e Visigodos chegaram à península ibérica já cristianizados, o que sucedeu aos romanos a partir de 323 d.c., ano em que, Constantino, após converter-se ao cristianismo na sequência da batalha de Andrinopla, convocou o concílio de Niceia onde se acordaram os princípios básicos do cristianismo, sucedendo-lhe Teodósio I que, em 391, o decretou como religião única no império romano.
 


(Constantino na Batalha de Andrinopla)
https://profeciadoarmagedom.wordpress.com/2012/11/03/o-decreto-do-imperador-constantino/


Peniche 09 de Junho de 2018
António J. A Barreto

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