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domingo, 9 de dezembro de 2018

Aquecimento Global; a nova arma do socialismo


 
   Al Gore, baseado nos trabalhos de Michael Mann, Raymond Bradley e Malcom Hughes, realizados em 1999, na universidade de Columbia - de que resultou o famoso gráfico designado por hockey stick - assume tacitamente uma relação linear entre a concentração de CO2 e a temperatura global. Na verdade esta relação é logarítmica - com efeito marginal decrescente; o efeito térmico de um certo diferencial é menor que o efeito do mesmo diferencial que o precedeu. Por outro lado, as suas projeções da evolução da concentração de CO2 - 620 ppm em 2050 -, estão muito longe de virem a verificar-se. Desde 1977 que os teores de CO2 têm vindo a aumentar à razão de 1,5 ppm/ano; se a média dos últimos 30 anos se mantiver em 2050, a concentração de CO2 será de 446 ppm, tendo sido em 1987, de 348 ppm, muito longe do que preconiza Al Gore.  

   O hockey stick, de Mann, que serviu de base às recomendações do IPCC, foi elaborado com base num modelo matemático que Stephen McIntyre e Ross McKitrick, num trabalho publicado em 2003 na revista Energy and Environment, e, em 2005, na Geophysical Research Letters, demonstraram estar errado e ainda, que o ano mais quente do século XX terá sido o de 1934 e não o de 1978 como se pensava então. Gore, a partir de análises próxy aos 650 mil anos antecedentes da era pré-industrial - 1850 -, afirma que as concentrações de CO2 foram sempre inferiores às atuais - cerca de 380 ppm -, mas, segundo as análises próxy de Wagner at al - à densidade dos póros das folhas de bétula na Holanda -, estimou-se que, por exemplo, no período do Holoceno - período que decorreu desde o fim da última era glaciar há 11750 anos até 1800 -, durante séculos, as concentrações de CO2 ultrapassaram os 300 ppm, chegando a atingir os 348 ppm - idêntica à concentração medida em 1987. Noutros períodos mais recentes, ter-se-ão registado valores do mesmo tipo.

   Por outro lado, Gore, baseado no mesmo gráfico, procura induzir a ideia da relação de causalidade entre a concentração de CO2 e a temperatura global. Na realidade sucedeu o contrário; as variações de temperatura global precederam, de centenas de milhares de anos, as variações dos teores de CO2, segundo trabalhos de H. Fisher, M. Wahlen, J. Smith, D. Mastroianni e B. Deck; quando muito, as variações de CO2 tiveram um efeito amplificador nas variações térmicas em curso. O aumento do teor do CO2 na atmosfera deve-se ao aquecimento dos oceanos ao libertarem parte do CO2 dissolvido para a atmosfera - uma vez que a capacidade de absorção do CO2 diminuiu com o aumento de temperatura.  

   Em suma; o teor de CO2 tem aumentado à razão de 1 ppm/ano e tem um efeito marginal no aquecimento global - por exemplo; o aumento do teor de CO2 de 100 ppm provoca um efeito de aquecimento da ordem dos 2 W/m2 - um ganho de cerca de 0,2 %, já que a radiação solar média nas camadas superiores da atmosfera na normal aos raios solares é de, aproximadamente, 1000 W/m2 ; no passado pré-industrial - anterior a 1800 - verificaram-se teores de CO2 próximos dos atuais e temperaturas globais mais altas que as atuais. A evolução térmica média entre 1977 e 2006 foi de 0,17 ºC/década, sendo que, nos ultimos 20 anos, não se verificou variação assinalável - na verdade, ligeiro declínio, conforme medição por satélite iniciada em 1978.  

   O IPCC tem, ostensivamente, ignorado os trabalhos científicos contrários às teses de Mann e consta que terá proibido a análise de trabalhos publicados a partir de 2005. A minha convicção, fundamentada nas análises de; John Casey, Luis Carlos Molion, Rui Moura, Jorge Oliveira, Bjorn Lomborg, Marlo Lewis Jr, Stephen McIntyre, e outros, é que a teoria do Aquecimento Global é uma fraude, cuja finalidade é eminentemente política e multifacetada. Esgotadas as teses marxistas, os seus defensores, abraçaram a causa do ambiente como instrumento de combate ao capitalismo, em particular o americano. Por outro lado é uma nova forma de colonialismo na medida em que condiciona o desenvolvimento dos países pobres perpetuando a dependência destes relativamente os países tecnológicos, em especial, os do norte da Europa.  

   Finalmente, a consequente pressão para a redução de produção de recursos alimentares e outros bens - pescas, agricultura e indústria agroalimentar - tem como finalidade forçar pela fome a regressão demográfica, cuja prodigiosa expansão no século XX se deveu à Revolução Industrial e ao Capitalismo - ao proporcionar o aumento da produção alimentar em 8 vezes face ao aumento da população mundial em 6 vezes; de cerca de 1 bilião no início do século e para 6 biliões do final.  

   Por último, o Acordo de Paris preconiza, para os respetivos signatários, a tomada de medidas, com força de lei,  para a limitação do aumento térmico a 1,5 ºC em 2050. Este processo está em marcha em Portugal e está a dizimar a nossa produção agroalimentar que, nos próximos anos, ficará reduzida à marginalidade.  

Consultei; "A Ficção Científica de Al Gore" de Marlo Lewis Jr e "Calma" de Bjorn Lomborg.

Peniche, 9 de Dezembro de 2018
António J.R. Barreto

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