Da Lusitânia a Portugal
De Diogo Freitas do Amaral
Bertrand Editora
Notas I (sobre a obra)
De Diogo Freitas do Amaral
Bertrand Editora
Notas I (sobre a obra)
Na introdução, o
autor faz referência à obra do professor Orlando Ribeiro, “Portugal, o
Mediterrânio e o Atlântico” (1945, Coimbra Editora) que identifica, em Portugal
continental, duas zonas distintas, nos planos climáticos, geográficos e
demográficos, separadas pelo rio Mondego; a norte, de clima atlântico, elevada
densidade demográfica e minifúndio; a sul, de clima mediterrânico, baixa
densidade demográfica e latifúndio. Era a “peça” que me faltava para entender o
fundamento da “matriz cultural própria” - e afins - referida repetidamente por
certas figuras da “zona Atlântica”, defensoras da regionalização.
Tribos de indo-europeus, primeiro, depois celtas, fenícios e
cartagineses, estabeleceram-se na região
entre o Douro e o Tejo, cerca de 300 a.c., constituindo a tribo de “Os
Lusitanos”. Bascos, Calaicos, Célticos e Cónios instalaram-se noutras zonas da
península, respetivamente: nordeste da Galiza, norte do Douro, Alentejo e
Algarve. A ocupação romana iniciada no século II a.c. durou 600 anos tendo sido
Augusto, o primeiro imperador, a criar a província da Lusitânia a que se
juntou, mais tarde, a “Galécia”. Seguiram-se os Suevos, durante 74 anos; povo
de origem germânica, que pela primeira vez designaram por “Portucale” à
Lusitânia. Os Visigodos mantiveram-se na região nos 321 anos seguintes. Desde
711, os árabes e berberes, depois, durante 277 anos, os astur-leoneses - que
criaram três condados-portucalenses onde hoje é Portugal, com autonomia
progressiva a partir do século IX, tendo sido Vímara Peres o primeiro
conde-portucalense -, até à independência da Galiza em 1128 e de Leão e Castela
em 1143. No período anterior à independência, com eventual exceção da época de
ocupação árabe, o território lusitano-portucalense, gozou de autonomia. Para a
independência do território, a Igreja Católica, deu forte contributo decorrente
do combate às heresias prisciliana e ariana e da disputa entre os bispados de
Braga e de Santiago de Compostela. Posto isto, percebe-se a atual afinidade
cultural entre galegos e portugueses, patente, ainda hoje, logo aos primeiros
contactos. Já os casos do arianismo, priscilianismo - e, mais tarde, da
doutrina albigense -, foram, para mim, uma valente surpresa na medida em que,
devido à doutrina nazista, pensava eu que o arianismo era uma doutrina
diabólica! Enganei-me!, reconhecia Deus, não atribuía origem divina a Jesus
Cristo, e, fantástico; defendia a salvação pelo conhecimento - em detrimento de
pela fé em Deus -, tendo sido precursora do iluminismo! Quem diria! A
Inquisição foi criada pela Igreja Católica para acabar com estas dissidências,
o que veio a acontecer pela violência das cruzadas na Europa especialmente no
sul de França, a partir dos Pirenéus, envolvendo ainda a zona de Aragão, hoje
Catalunha. São Tiago Maior, um dos Apóstolos, que veio a falecer, mártir, em 44
d.c. em Santiago de Compostela, introduziu o cristianismo na Península Ibérica.
Suevos e Visigodos chegaram à península ibérica já cristianizados, o que
sucedeu aos romanos a partir de 323 d.c., ano em que, Constantino, após
converter-se ao cristianismo na sequência da batalha de Andrinopla, convocou o
concílio de Niceia onde se acordaram os princípios básicos do cristianismo,
sucedendo-lhe Teodósio I que, em 391, o decretou como religião única no império
romano.
(Constantino na Batalha de Andrinopla)
https://profeciadoarmagedom.wordpress.com/2012/11/03/o-decreto-do-imperador-constantino/
Peniche 09 de Junho de 2018
António J. A Barreto
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