3-Centralismo e Exclusão
De há umas décadas a esta parte, especialmente desde a adesão de Portugal à União Europeia (UE), têm vindo a ser impostas aos agentes económicos, um conjunto de medidas gerais de fomento da produtividade, forçando a reestruturação empresarial.
Essas medidas, em geral, passam por impor às empresas, de várias formas, a renovação tecnológica e a qualificação dos ativos.
Se por um lado induzem ganhos de produtividade em grupos restritos, por outro são profundamente injustas e imorais; suprimem direitos fundamentais dos cidadãos - a liberdade económica e profissional -, e promovem a destruição das economias locais, com o consequente e trágico despovoamento do território.
O critério exclusivo da produtividade tem por objeto a extinção das micro e pequenas empresas, a criação de reserva de mercado para as de maior intensidade de capital - maior produtividade, melhores salários e maior contributo fiscal -, e a exclusão dos trabalhadores menos produtivos; os menos qualificados e mais velhos.
Parte das pessoas excluídas fica refém do assistencialismo, enquanto o despovoamento do interior potencia catástrofes territoriais e sociais; incêndios, solidão, e abandono.
Os encargos públicos decorrentes, associados à voracidade das clientelas partidárias, absorve os ganhos de produtividade da economia. Um ciclo vicioso que se irá prolongando até à inevitável rotura económica, social e política.
Peniche, 25 de Janeiro de 2023
António Barreto
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