O 25 de Abril Visto
da História
(Livraria Bertrand)
Diálogo entre José
António Saraiva e Vicente Jorge Silva em 1976 sobre a atualidade política, em
vésperas as primeiras eleições presidenciais
Estas eleições surgem-nos como o
encerramento legal do processo que se iniciou a 25 de Abril. A 27 de Junho fica
reconstruída a legalidade…..(JAS)
Foto: Praia das Figueira da Foz.
Peniche, 22 de Dezembro de 2018
António J. R. Barreto
A legitimidade da legalidade coloca-se quando os poderes dominantes controlam
o poder legislativo distorcendo a soberania popular em benefício próprio. (AB)
…A candidatura de Otelo
representa ainda um terceiro projeto, diferente dos outros dois. Diferente em
relação ao de Eanes, na medida em que não assenta em mecanismos de tipo
representativo, segundo o modelo ocidental; diferente em relação ao de Pato, na
medida em que não parte do pressuposto da necessidade prévia de conquistar o
Estado por cima, antes insiste na necessidade de organizar em baixo, à margem
do Estado, sem os olhos postos, à partida, na conquista do seu aparelho. Por
isso, o projeto dos GDUP’s (e só falo do projeto) é precisamente isso: um
antipartido…….a unidade de forças que se tornou possível com a candidatura de
Otelo pulverizar-se-ia de imediato: a UDP para um lado, o MES para outro e a
FSP para outro ainda – e assim por diante. (JAS)
O modelo ocidental, que acabou, felizmente, por vingar com a vitória do
General Ramalho Eanes, parece estar hoje numa crise de identidade indutora dum
clima de total insegurança na população. O modelo de Pato continua em perigosa
marcha com a tomada do aparelho estatal pelo PCP. Quanto à “democracia popular”
de Otelo, uma utopia que o lançaria na criminosa aventura das FP25, tem hoje
continuidade no BE, perigosamente próximo do poder. Por tudo isto, em 2018, vai
ganhando corpo o sentimento geral de que as “democracias ocidentais” podem
deixar de o ser a breve trecho. (AB)
….A lógica partidária, como
decorrente que é dum certo tipo de relações e da Civilização que sobre elas se
construiu, cairá inevitavelmente no momento em que a civilização burguesa for
posta em causa nas suas próprias estruturas. (JAS)
António J. R. Barreto
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