Al
Gore, baseado nos trabalhos de Michael Mann, Raymond Bradley e Malcom Hughes,
realizados em 1999, na universidade de Columbia - de que resultou o famoso
gráfico designado por hockey stick - assume tacitamente uma relação linear
entre a concentração de CO2 e a temperatura global. Na verdade esta relação é
logarítmica - com efeito marginal decrescente; o efeito térmico de um certo
diferencial é menor que o efeito do mesmo diferencial que o precedeu. Por outro
lado, as suas projeções da evolução da concentração de CO2 - 620 ppm em 2050 -,
estão muito longe de virem a verificar-se. Desde 1977 que os teores de CO2 têm
vindo a aumentar à razão de 1,5 ppm/ano; se a média dos últimos 30 anos se
mantiver em 2050, a concentração de CO2 será de 446 ppm, tendo sido em 1987, de
348 ppm, muito longe do que preconiza Al Gore.
O hockey stick, de Mann, que serviu de
base às recomendações do IPCC, foi elaborado com base num modelo matemático que
Stephen McIntyre e Ross McKitrick,
num trabalho publicado em 2003 na revista Energy
and Environment, e, em 2005, na Geophysical Research Letters, demonstraram
estar errado e ainda, que o ano mais quente do século XX terá sido o de 1934 e
não o de 1978 como se pensava então. Gore, a partir de análises próxy aos 650 mil anos antecedentes da
era pré-industrial - 1850 -, afirma que as concentrações de CO2 foram sempre
inferiores às atuais - cerca de 380 ppm -, mas, segundo as análises próxy de Wagner at al - à densidade dos póros das folhas de bétula na
Holanda -, estimou-se que, por exemplo, no período do Holoceno - período que
decorreu desde o fim da última era glaciar há 11750 anos até 1800 -, durante
séculos, as concentrações de CO2 ultrapassaram os 300 ppm, chegando a atingir
os 348 ppm - idêntica à concentração medida em 1987. Noutros períodos mais
recentes, ter-se-ão registado valores do mesmo tipo.
Por
outro lado, Gore, baseado no mesmo gráfico, procura induzir a ideia da relação
de causalidade entre a concentração de CO2 e a temperatura global. Na realidade
sucedeu o contrário; as variações de temperatura global precederam, de centenas
de milhares de anos, as variações dos teores de CO2, segundo trabalhos de H. Fisher, M. Wahlen, J. Smith, D. Mastroianni e B. Deck; quando muito,
as variações de CO2 tiveram um efeito amplificador nas variações térmicas em
curso. O aumento do teor do CO2 na atmosfera deve-se ao aquecimento dos oceanos
ao libertarem parte do CO2 dissolvido para a atmosfera - uma vez que a
capacidade de absorção do CO2 diminuiu com o aumento de temperatura.
Em
suma; o teor de CO2 tem aumentado à razão de 1 ppm/ano e tem um efeito marginal
no aquecimento global - por exemplo; o aumento do teor de CO2 de 100 ppm
provoca um efeito de aquecimento da ordem dos 2 W/m2 - um ganho de cerca de 0,2
%, já que a radiação solar média nas camadas superiores da atmosfera na normal
aos raios solares é de, aproximadamente, 1000 W/m2 ; no passado
pré-industrial - anterior a 1800 - verificaram-se teores de CO2 próximos dos
atuais e temperaturas globais mais altas que as atuais. A evolução térmica
média entre 1977 e 2006 foi de 0,17 ºC/década, sendo que, nos ultimos 20 anos,
não se verificou variação assinalável - na verdade, ligeiro declínio, conforme
medição por satélite iniciada em 1978.
O IPCC
tem, ostensivamente, ignorado os trabalhos científicos contrários às teses de Mann e consta que terá proibido a
análise de trabalhos publicados a partir de 2005. A minha convicção,
fundamentada nas análises de; John Casey,
Luis Carlos Molion, Rui Moura, Jorge Oliveira, Bjorn Lomborg, Marlo Lewis Jr, Stephen
McIntyre, e outros, é que a teoria do Aquecimento Global é uma fraude, cuja
finalidade é eminentemente política e multifacetada. Esgotadas as teses
marxistas, os seus defensores, abraçaram a causa do ambiente como instrumento
de combate ao capitalismo, em particular o americano. Por outro lado é uma nova
forma de colonialismo na medida em que condiciona o desenvolvimento dos países pobres
perpetuando a dependência destes relativamente os países tecnológicos, em
especial, os do norte da Europa.
Finalmente,
a consequente pressão para a redução de produção de recursos alimentares e
outros bens - pescas, agricultura e indústria agroalimentar - tem como
finalidade forçar pela fome a regressão demográfica, cuja prodigiosa expansão
no século XX se deveu à Revolução Industrial e ao Capitalismo - ao proporcionar
o aumento da produção alimentar em 8 vezes face ao aumento da população mundial
em 6 vezes; de cerca de 1 bilião no início do século e para 6 biliões do final.
Por
último, o Acordo de Paris preconiza, para os respetivos signatários, a tomada
de medidas, com força de lei, para a
limitação do aumento térmico a 1,5 ºC em 2050. Este processo está em marcha em
Portugal e está a dizimar a nossa produção agroalimentar que, nos próximos
anos, ficará reduzida à marginalidade.
Consultei; "A Ficção Científica de Al Gore" de Marlo Lewis Jr e
"Calma" de Bjorn Lomborg.
Peniche, 9 de Dezembro de 2018
António J.R. Barreto
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