Um Pouco de História (5)
O quarto período vai de meados do século VI ao primeiro quartel do seguinte da era romana (554-625; 299 a.C-128 a.C.). É a época de maior esplendor da República em que, vencida Cartago (em 553; 200 a. C, dissolução final em 680; 73 a. C), Roma submete toda a Espanha e todo o Oriente helénico.
Esta expansão territorial não foi consequência de uma planificação política preconcebida, como sucedeu com Alexandre e com D. João II. A tradição da República, Catão e a maioria dos romanos eram contrários à ideia imperialista defendida pelo grande Cipião.
De um lado a espectativa de prosperidade com a expansão territorial, como nas campanhas da Ásia, do outro as complicações diárias com a posição da Itália no Mediterrâneo. A ausência da ideia de equilíbrio internacional e a tradição de impérios universais, conduziram Roma a transformar em províncias dependentes da metrópole, todos os antigos Estados mediterrânicos. Algo semelhante às modernas colónias europeias, afinal, uma imitação do anterior império cartaginês, que se estendia por todo o norte de África até ao Egipto, a Sicília, a Sardenha e a Espanha.
Tal como as colónias europeias do século XVI influenciaram as respetivas metrópoles, em especial as da Península Ibérica, também as províncias romanas modificaram os costumes de Roma, pervertendo-os; a escravidão, fenómeno normal na vida familiar primitiva, transformou-se numa exploração desalmada; a grande a especulação comercial, com a expansão súbita da riqueza, provocou uma séria de transformações sociais caracterizadas pelo atrofiamento da classe média, pela destruição das pequenas granjas, pelo aparecimento da burguesia capitalista e pelo aumento dos privilégios da antiga ordem equestre.
Uma nova fidalguia substituiu a antiga, institucionalizando-se. A nobilitas dos cavaleiros, organizada em parcerias comerciais e bancárias, constituiu-se numa plutocracia dos tempos modernos, sustentando a sua influência governativa na arrematação dos impostos Provinciais e nos fornecimentos do Estado. Autênticos Estados perante o Estado tinham a seu cargo todos os serviços públicos como os bancários, a rede viária, o abastecimento de águas, etc. Ao Estado restava a agitação política, sempre estéril quando se separa da ação económica.
A entropia social e económica característica deste período, resultante da expansão territorial e consequente prosperidade, foi a causa das revoluções sociais que se seguiram, tal como ocorreu na Europa nos séculos XVII, XVIII e XIX, pelas mesmas razões.
Créditos a:
História da República Romana
Oliveira Martins
Peniche, 25.06.2022
António Barreto
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