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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Vem aí a "injeção atrás da orelha"?

     
   Por ocasião do PREC e após, correu pela população como fogo em palha seca, a expressão referenciada acima, num registo entre o anedótico e o sinistro. A crueldade subjacente parecia tão improvável que essa mesma expressão serviu, e ainda serve, como ginjas, à retórica de propaganda política comunista que a utilizou, e utiliza, como ilustração da ignorância da população e da importância do Partido Comunista (PC) em prover à sua educação "libertadora". Hoje ninguém tem dúvidas de que o PC controla e educação pública em Portugal, formatando a distância a estrutura mental do "homem novo".
 
   O tema do Testamento Vital introduzido na ordem jurídica, salvo o erro, pelo último Governo de Sócrates, constituiu a preparação para o que aí vem; a institucionalização da eutanásia! Precisamente, quando a esquerda radical, PSC (PS do Costa), PCP e BE, chegam ao poder, explícito e implícito, fazendo-nos agora supor que, talvez a tal "injeção atrás da orelha", afinal, tenha razão de ser.
 
   É verdade que há conhecimento público de casos que parecem justificar a morte piedosa. Afinal as mais perversas medidas públicas são habitualmente acompanhadas das mais altruístas, racionais e piedosas intenções. É o caso. Defende-se a morte assistida como um direito de cada ser humano à dignidade na morte. Compreendo. Mas discordo. Porque sou cristão e porque não confio nas entidades judiciais, médicas e familiares que estarão envolvidas em cada caso nem na possibilidade efetiva de o cidadão em causa se fazer ouvir no momento. Por mais precauções que se tomem ninguém deve ter a presunção de conhecer hoje o que uma pessoa quererá quando estiver moribunda. Nem a própria.
 
   Familiares, por uma ou outra causa desumanizados, médicos saturados e hospitais sobrelotados e sem financiamento, ficarão, finalmente, com as mãos livres para afastar o empecilho.  Por seu lado o Estado, essa "entidade suprema" atascada em dívidas, confrontada com a crise demográfica, disporá, por fim, de novo e decisivo instrumento para a combater. Até pode oferecer os kits; a poupança em pensões e tratamentos justificá-lo-ão e permitirá, quiçá, aumentar os salários e prebendas dos funcionários públicos e restantes clientelas. Tudo com piedosas intenções. Repugnante. Se considerarmos o "êxito" pela descriminalização incondicional do aborto e o financiamento público do mesmo, concluímos que vivemos na "sociedade da morte". Uma sociedade paradoxal, que reduz à marginalidade a mortalidade infantil, que prolonga continuamente a esperança média de vida e financia cada vez mais a natalidade, mas promove o aborto e se prepara para, legalmente, matar os idosos. Uma sociedade que diz defender o direito à dignidade na morte mas que pratica o vexame da vida.
 
A materialização da ficção de George Orwell em "1984" está em marcha. Compete aos cidadãos impedir que tal aconteça. Em nome do Direito à Vida.
 
(Mais uma magnífica tela de William Turner)

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